Alheio



ALHEIO

Daniel FV - 01/12/13



Viajo em cenário abundante
de constantes contrastes serenos

Da cidade da pedra corrida
O pior dos brandos venenos
A saudade da gente querida
em casarão tão antigo
de tábuas, cores e vidas
curral, carneiro e bica
pra onde quiça, eu siga
pra poder depois voltar

E lá já abonançado
Volto à lembrança indeciso
à terra dos verdes pastos
Minha cidade sorriso
onde os bambus envergados
apontam a felicidade
e também já tão ligeira
A volta da soledade

Que Deus tende piedade
E seja o meu esteio
Pois digo com sinceridade
Que ando um tanto alheio



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Menino



MENINO



Daniel FV - 21/11/13




Raiou em ideia solene
De agora altivo ostentar
Perene, um barco com leme
Um barco, uma casa, o lar


Mas como outrora espera
Questiona instável e ressoa
Por que com o olhar de fera...
Querer o recato em pessoa?


E o quasímodo de agora
N'aurora gelada, o destino...
Queixa, e a dolência chora
Por sempre habitar um menino





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Bengalas

BENGALAS
Daniel FV - 20/11/13


Parte e chega, morre e vive, o que semeia a ternura

Vida dura, mole ou triste, de alma letárgica e pura

E a ocasião faz o poltrão, que cospe na própria cara

E este que sempre se nega, se arrasta e a voz se cala

Sem toque, o tato definha

Sucumbe como a vinha

Regada indevidamente



É hora da reação!

De deixar de velhas bengalas!

Quem sabe um dia embalas...

Um velho coração.




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Whore

WHORE



Daniel Fv - 17/11/13



I've been walking alone... for the whole life

Standing on the others' feet
But time goes by, and I don't know why
I can still look up to it


I've been flying alone, with the other guys
girls, thoughts, drinks and so
I'm enjoying it all, I just don't know why
I wanna leave the plane though


I´ve been running my way, by the others' line
Huffing, puffing, and dreaming the day
I'd stop suffering, just not having why
thinking on a reason to stay


But time goes by, and I don't know why
I can surprisingly look up to it
Cause life is a whore, leaves without bye
But brings you all you can eat



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Imperfeição

IMPERFEIÇÃO

Daniel FV - 17/11/13

No escuro, há um tempo atrás
E no instante de um tempo algum
A cabeça remoinha e vocifera
O costumeiro imbróglio incomum

Queria rasgar o peito eloquente
E bradar o que não podes saber
Serenar de uma vez o coração
Que congelado, só pulsa por dever

A culpa não é de ninguém, irmã
Tão somente do meu fado opressor
Que puniu-me por ser o que sou
A imperfeição em forma de pudor


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