MENTALIDADE
Daniel FV - 28/10/10
Cabeça de jovem que se acha plena
Cabeça de velho já em quarentena
Cabeça de gente que acha demais
Está tudo certo e não volta atrás
Cabeça de quem se acha inocente
Pecado do povo, angústia da gente
A luta de quem sonha com o nada
A língua afiada toma por espada
Cabeça pequena de quem tudo ouve
Ouvido absorto no que nada houve
Tem sede de ócio, ela tem
Atrás do negócio ela vem
Lá vem a velha com o dedo em riste
Lá vem com a sombra de um povo triste
Que fala demais sem ouvir
Que enxerga demais sem se ver
Garganta que sangra o ouvido ferido
Ferido do som do que já era urdido
Garganta que fere, ela tem
Mas ouvidos murchos também
Garganta que fere, ela tem
Mas ouvidos murchos também
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