Punhado
A memória aos poucos se esvai
Levando um punhado de mim
Entre titubeios, meu pai
A leva aos poucos enfim
Da impavidez de outrora
Resta apenas tormento
E o suspiro que aflora
Não traz nenhum livramento
Os olhos antes de fera
Agora posam serenos
Na soledade da era
De tempos nem tão amenos
Mas sim de almas em brumas
Que se quiseram em vida
E sem deixar coisa alguma
Deixaram-na, tão sofrida
Não culpo os desencarnados
Pois eu também os queria
E peço, ó pai sagrado
Que descansem em harmonia
.
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