JOGO
Daniel FV (25/06/13)
O peão que era amansado
Fadiga patente no rosto
O selo nos quartos de gado
Na boca, sabor de desgosto
Nos olhos, impresso o cifrão
Nas mãos, o calo que aflora
No sonho, a tal pretensão
De lutar como fora em outrora
E eis que em data sublime
Ergue-se em fúria o punho
E a voz em sangue redime
O cego e vil testemunho
E agora no fronte sacode
O jugo imposto ostentoso
E grita em tão própria ode
O seu desabafo ruidoso
Ainda não sabe o desfecho
De tão coagido motim
De tão coagido motim
Só sabe que esse é trecho
Da grande peleja sem fim
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