Silêncio


SILÊNCIO


Daniel FV (05/05/12)



O sábio contou ao justo
E o justo repetiu ao homem
E o homem?
O homem se calou!
O homem fica calado quando necessário, imposto ou esmorecido
Porque o homem sabe, não necessariamente deseja!
Quando ao contrário, tende a corromper o dito...
Calam-se os justos
O sábio é silenciado
E o homem fala asneiras.
Leva e traz falácias...
É tempo de ficar calado!


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Injustiça

INJUSTIÇA


Daniel FV (06/11/12)


Vestida de preto e pronta ao ato
Clama inflamada por sua posição
Aflige o bom, o justo e o pacato
E nunca se poupa de vil coerção

Cega que és, oculta os fatos
Ingrata que és, cospe em meu rosto
Me deixa de nojo tão estupefato
Que luto pra me fazer recomposto



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Paixão


PAIXÃO



Temos uma paixão em preto e branco  dos tempos em que o carijó cantava e não dispensava uma briga
Temos saudades, ódio, fé, descrença...

Mas se o chute falha ou o apito peca, o TORCEDOR não degenera!
Engole seco, molha-se às lágrimas, vive e espera... e como espera!
Espera pela próxima vitória na raça
Para comemorar novamente o "ser atleticano"

Meu sangue não é Alvinegro, meu sangue é vermelho vivo!
Pois nenhuma outra cor  poderia expressar melhor o sentimento de ter uma alma preta e branca!
E se é verdade que serei "uma vez até morrer", quero reencarnar quantas vezes forem necessárias até o final dos dias só para te acompanhar, GALO!


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Soledade

SOLEDADE

Daniel FV (02/11/12)


Soledade persistente
Da candura de outrora
Da casinha simplezinha
Vejo como fosse agora

Pela cerca passa o sol
Pela porta o trovão
Na janela a minha gente
Que acatou sua missão

Deus proteja este povo
Que já não peleja mais
Que não mais eu hei de ver
Jaze em Cristo e em paz

E se um dia eu puder
Via alguém me conceder
Viver tudo como dantes
Como antes hei de ser


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Manhã


MANHÃ


Daniel FV (01/11/12)

Segue a manhã sorrateira
Entremeia treva e tumulto
O indulto da noite semeia
E espelha o que era oculto

Sana-se a escuridão
Curam-se os olhos
Embeleza-se o ser
Ainda que com exceções

Da prata ao ouro
Do relento ao ardor
Do obscuro ao notório
Mesmo que turvo

Do gemido ao trinado
Do falado ao visto
Do misto ao simples
E do simples, gozar.


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Talento

TALENTO

Para a amiga Zenólia
Obrigado pelo conto dedicado à nossa amizade.
Paz, saúde e sucesso!

Daniel FV (30/10/12)


Emaranhado de nervos, carne, ossos, sangue
Um apanhado de células pulsante
Sempre em tudo a inteireza;
O bem, o mal e a certeza
Infere o que dizer, escrever, realizar
Infere, mas nem sempre deseja!
A vontade de verter o bom, o ruim e o jugo.
Um templo de paixão e ira
Mulher, verdade e mentira.








Universo

UNIVERSO


Daniel FV - 20/01/12


Às vezes pega-te atento

e pensas então nessa hora

Mas segues a vida adentro

Seguindo o vento lá fora


Segue com o curso da vida!

Produze, planeja e faze!

Se a estrada é comprida

Não tens tempo para o “quase”.


Não espera pelo futuro

Sonha, compra e consome

Se a vida cobra o juro

Apuro é berço de homem


Trabalha o quanto puderes

Até a saúde findar

Tem casa, carro e mulheres

Esquece a jura, o altar


E já na idade anciã

Olhas pra trás, consternado

Já sem o certo amanhã

Já sem ninguém ao teu lado.


Pensas nos dias antigos

No dito, ouvido e visto

Com todos os ditos amigos

Com sua família, por Cristo!


E quanto vieste a perder

Pensando no teu alcançar

Lutando pelo teu suster

Buscando pelo teu buscar


Pois tanto deixaste de ti

Por um ordinário ideal

De louco gozar e sorrir

Por sua cobiça banal


Achaste que era novela

Em que todos eram conformes

Desde a frívola donzela

Até os covardes e nobres


Vê que a vida é sem volta

Sem borracha nem regresso

Mas tem páginas em branco

Completando o universo.



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Ano Novo

ANO NOVO

Daniel FV - 11/01/12

Ano novo, vida antiga
E o juízo que me intriga:
Se era pra ser tudo novo
Por que tão antigo me sinto?

Nada de novo na briga
Além de usual fadiga
Quisera eu ser como o povo
Agindo sempre distinto.

Mas razão me é agonia
E o preço de tal avaria
É ter somente noção
E nunca aprender com a lição.

Eu abro a porta lá fora
E quase me esqueço da hora
Eu Sigo sorrindo, tão louco
Embora eu viva em sufoco

É que a dita cronologia
Não é parte do meu ser
E tão pobre como seria
Eu quebro o relógio a temer.


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